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Distúrbios Hemodinâmicos I

São distúrbios que afetam, de alguma forma, a circulação sanguínea de um indivíduo, levando-o a um quadro patogênico.

 

São eles: isquemia, infarto, trombo, êmbolo, hiperemia, aterosclerose, edema, choque e hemorragia. Nesta primeira parte, falaremos de isquemia, infarto, hiperemia, trombo e êmbolo.

 

Isquemia

 

É a deficiência no suprimento sanguíneo por diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares a determinado tecido ou órgão. Pode ocorrer por causas funcionais como hemorragia ou por causas mecânicas como obstrução vascular. As consequências dependem do tipo de tecido afetado, da eficiência da circulação colateral, da velocidade com que se instala e do grau de redução do calibre da artéria afetada em casos de obstrução.

 

Infarto

 

É a necrose resultante da interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso; pode ser branco, vermelho e séptico.

 

O branco, também chamado anêmico ou isquêmico, se dá por obstrução arterial em órgãos de circulação terminal, apresentando uma área branca. O vermelho (hemorrágico) ocorre em órgãos de dupla circulação onde há oclusão arterial ou oclusão venosa. Nesse tipo, a circulação dupla leva a hemorragia secundária. Enquanto o séptico se dá por vegetações bacterianas nas válvulas cardíacas formando trombos e, consequentemente, êmbolos.

 

Hiperemia

 

É o aumento da concentração de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular.

 

A hiperemia pode ser ativa/arterial ou passiva/venosa/congestão. A hiperemia ativa é ainda subdividida em fisiológica ou patológica e a passiva em local ou sistêmica.

 

Quando há aumento do fluxo sanguíneo por aumento da pressão arterial (PA) ou diminuição da resistência pré-capilar, há uma hiperemia ativa. Ela é fisiológica por aumento da demanda funcional ou patológica por liberação de mediadores químicos inflamatórios.

 

Quando há aumento do fluxo sanguíneo por diminuição da drenagem venosa ou aumento da resistência pós-capilar, há uma hiperemia passiva. Ela é local se afetar apenas um vaso sanguíneo específico e sistêmica se gerar uma estase em toda circulação.

 

Trombo

 

É a massa sólida formada pela coagulação sanguínea, enquanto trombose é a solidificação dos constituintes do sangue. Pode ser arterial ou venoso, mas é mais frequente nas veias pelo seu calibre menor.

 

Para falar de trombo, precisamos falar da Tríade de Virchow. Essa tríade consiste em alterações no fluxo sanguíneo, lesão endotelial e hipercoagulabilidade do sangue.

 

Nas alterações de fluxo, a estase favorece a marginação e agregação celular, enquanto o turbilhonamento faz uma lesão no endotélio e expõe o colágeno que favorece a agregação plaquetária. Ambos, então, levam ao acúmulo de células que forma o trombo.

 

Uma lesão endotelial, que pode ocorrer por um trauma ou por aumento da pressão arterial por exemplo, expõe o colágeno subendotelial, favorecendo a agregação plaquetária no processo de coagulação. Assim, o trombo é formado.

 

Finalizando a tríade, algumas pessoas podem ter tendência genética a hipercoagulabilidade, favorecendo a formação do trombo pela geração de coágulos com muita facilidade. Por outro lado, fatores como permanência em leito e imobilização prolongada favorecem a estase sanguínea e, portanto, a formação do trombo.

 

O trombo pode se destacar do local de origem e viajar pela corrente sanguínea. A partir disso, há a formação de um êmbolo. Ou o trombo pode se dissolver e se reorganizar por atividade fibrinolítica, pode se propagar ou recanalizar.

 

Êmbolo

 

É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue até um local distante de seu ponto de origem.

 

O êmbolo pode ser classificado em sólido, líquido e gasoso. Exemplificando, uma tromboembolia é um êmbolo sólido oriundo de um trombo. A embolia gordurosa é um exemplo de êmbolo líquido causado pela junção de gotículas de medula óssea e sangue, enquanto um êmbolo gasoso pode ser formado em mergulhadores que voltam a superfície de maneira incorreta.

Hiperemia x Congestão

Fígado com congestão e hemorragia

Adesão plaquetária

Coagulação

Adesão e agregação plaquetária

Cascata de coagulação

Cascata de coagulação

Trombina no processo de ativação celular

Sistema fibrinolítico

Tríade de Virchow

Êmbolo

Trombos

Êmbolo

Infarto

Infarto

Bibliografia:

 

KUMAR V, ABBAS AK, FAUSTO N. Robbins & Cotran: Bases Patológicas das Doenças. 8ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
RUBIN E, GORSTEIN F, RUBIN R, SCHWARTING R, STRAYER D. Rubin: Bases Clínico-Patológicas da Medicina. 4ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia Geral. 4ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
MONTENEGRO MR, FRANCO M. Patologia: Processos Gerais. 4ª edição. São Paulo: Atheneu, 1999.

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