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Casos Clínicos

"O emprego de novas ferramentas de ensino auxilia a auto-instrução do aluno no conteúdo teórico, incorporando métodos didático-pedagógicos de apoio ao aprendizado. Vários métodos são utilizados: estudos dirigidos, aprendizagem baseada em problemas, mídia eletrônica e páginas na internet, oferecendo vantagens, permitindo acesso a uma maior quantidade de imagens e estimulando o estudo extraclasse. Estas metodologias colocam o estudante no centro do processo de ensino-aprendizagem, tornando-o construtor do seu próprio conhecimento." (PAES-DE-ALMEIDA, Elan e SANTOS-MACEDO, Francine).

 

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1 - Um homem de 60 anos chegou a emergência com dor no peito, sendo diagnosticado angina. Nos exames preliminares, o eletrocardiograma apresentou padrão normal e o exame de sangue demonstrou Creatino quinase (CKmb) aumentada. Discuta as possíveis etiologias que poderiam levar a este quadro clínico e suas respectivas patogenias, lesões encontradas e possíveis conseqüências.

 

"A enzima Creatinaquinase (CKmb) é especifica das células musculares cardíacas. O aumento desta enzima no exame de sangue é indicativo de extravasamento de enzimas intracelulares para a circulação periférica, um importante marcador de morte celular, um quadro considerado irreversível. O extravasamento de enzimas intracelulares ocorre como consequência da danificação das membranas celulares que são constituídas de fosfolipídios, o que sugere um quadro clínico de isquemia (redução do fluxo sanguíneo). A isquemia causa o comprometimento progressivo de várias vias celulares bioquímicas, o que ocasiona redução da quantidade e síntese de ATP; aumento do Cálcio intracelular que ativa as enzimas fosfolipases, proteases, ATPases, endonucleases, entre outras. As fosfolipases degradam os fosfolipídios das membranas causando aumento da permeabilidade da membrana plasmática, o que afeta a osmolaridade intracelular, fazendo com que as enzimas intracelulares passem para a circulação periférica aumentando sua concentração no sangue. Outra consequência da isquemia é a hipóxia (diminuição de oxigênio disponível para os tecidos) que causa dano mitocondrial resultando na fosforilação oxidativa. Até um determinado ponto a lesão pode ser reparada, ela é reversível. As células podem recuperar a homeostase se o fluxo sanguíneo e oxigenação forem restituídos. Neste quadro clínico é possível afirmar que a lesão é irreversível devido as profundas alterações na função da membrana celular. As lesões celulares descritas são características de necrose, já que ocorreu autólise (destruição das células por enzimas próprias) identificada pela presença da CKmb no exame de sangue. O quadro clínico acima é característico de infarto, que é definido como isquemia seguida de morte celular (necrose), o que pode levar o paciente a óbito."

 

Dilliane da P. R. Almeida - aluna de Biomedicina / 4º período / UFF

 

" O acrescido nível de creatino-quinase no sangue indica lesão tecidual. Como o paciente apresentou angina – dor referida característica do coração, essa diferença dos níveis acaba mostrando-nos que houve lesão no músculo cardíaco. Provavelmente, o paciente sofreu uma isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo para um tecido), acrescida de hipóxia, posteriormente necrose de coagulação, que culminou no infarto do miocárdio. Quando houve a isquemia, toda a maquinaria de produção de ATP foi afetada. Com a isquemia, veio a hipóxia (redução de oxigênio para os tecidos). Consequentemente, todos os mecanismos celulares dependentes de energia cessaram, inclusive a contração cardíaca, já que a contração necessita de energia para acontecer. Isso se dá porque na cadeia respiratória (um desses mecanismos celulares) há a necessidade de uma molécula de oxigênio para a formação de ATP acontecer. Assim, num primeiro estágio, caminhamos para lesões reversíveis. Mas caso a falta de oxigênio persista, caminharemos para um quadro de lesão irreversível – necrose de coagulação, onde vai haver um intenso nível de desnaturação de proteínas. Essa necrose aliada a isquemia, gera o infarto, que pode ou não, levar o paciente a óbito."

 

João Figueira Scarini - aluno de Odontologia / 2º período / UFF

 

 

 2 - Um grupo de jogadores de futebol de salão foi para um torneio nos Alpes suíços durante o inverno. A maioria destes jogadores durante a competição apresentou dificuldade respiratória, tonturas, cansaço excessivo, sendo diagnosticado quadro de hipóxia. Explique as patogênese desta hipóxia e possíveis conseqüências. 

 

"Hipóxia por definição é a diminuição ou ausência de oxigênio. Como os atletas estão em altitude, a pressão dos gases é menor o que dificulta a troca gasosa na membrana capilar-alveolar. Esse processo resulta em suprimento deficiente de oxigênio para os tecidos. A hipóxia afeta a respiração aeróbica e a capacidade de gerar ATP. O ATP passa a ser gerado por glicólise (anaeróbica e ineficiente) e fosforilação oxidativa na mitocôndria (aeróbia e eficiente). A ausência do oxigênio leva a uma maior glicólise anaeróbica com redução de glicogênio a uma maior produção de ácido lático e acidose intracelular. A diminuição da síntese de ATP causa perda das funções celulares dependentes de energia, como transporte na membrana e manutenção do gradiente iônico e síntese proteica. A hipóxia é uma lesão reversível, ou seja, quando o suprimento de oxigênio aos tecidos é restaurado as células retornam a homeostasia. A duração da hipóxia e o tipo de tecido é fator determinante para a progressão da lesão, quando se torna irreversível ocasiona a morte celular."

 

Dilliane da P. R. Almeida - aluna de Biomedicina / 4º período / UFF

 

"A hipóxia é caracterizada pela redução no fornecimento de oxigênio para os tecidos. Nos Alpes suíços, devido à altitude, o oxigênio acaba ficando mais rarefeito, ou seja, no ar que respiramos a quantidade de oxigênio é diminuída. Assim, quanto menor o nível de oxigênio que entra, menor vai ser o nível de oxigênio que vai chegar aos tecidos – hipóxia. A falta de oxigênio pode alterar a cadeia respiratória, que produzirá cada vez menos energia (ATP). Menos energia, quer dizer alterações nos mecanismos celulares dependentes de ATP. Outro fator que contribui para esse quadro de hipóxia é a adição do inverno a essa situação. Ele contribui para esse quadro, uma vez que a hipóxia pode ser causada por vasoconstrição, muito comum em temperaturas baixas. Assim, os jogadores podem se adaptar ou podem sofrer lesões reversíveis que, se não bem diagnosticadas e tratadas, podem levar a lesões irreversíveis, que consequentemente, podem levar a morte."

 

 

João Figueira Scarini - aluno de Odontologia / 2º período / UFF

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